sexta-feira, 18 de junho de 2010

Adeus, Mestre José!


- Como assim?
Foi a primeira frase desta sexta-feira.
Enquanto me livrava do sono e as ondas sonoras do rádio, no outro cômodo da casa, anunciava que o escritor José Saramago havia morrido.
Minha mãe respondeu:
- Um dia todo mundo morre.
Mas e daí? Não é todo mundo que consegue com as palavras compreender o mundo, fantasiá-lo, reinventá-lo, nos conduzir pelas estradas da nossa mente e nos afasta da mediocridade. Não saímos isentos de uma viagem como Saramago. Sua morte é uma enorme perda para humanidade, queira uns reconhecer ou não. Aos que gostam de literatura ou não. Gostaria de saber sobre o que ele escreveria no próximo ano. Ele foi o homem que me fez ter orgulho da minha língua e ao mundo reconhecer a riqueza da língua portuguesa. Criou polêmica, refletiu sobre a vida e nos revelou a importância da morte. Hoje, ele será lembrado como o único escritor da língua portuguesa a ganhar um prêmio Nobel de literatura, a sua vida simplória, o seu tardio reconhecimento na literatura...
Contudo,
apenas espero que se torne imortal. Os meus filhos lerão José Saramago e eu contarei a história da vida do autor. Em 2165 as pessoas lerão sua obra e perceberão que a questão humana, apresentada por ele, é imutável.
Neste ano foi lançado "Saramago: uma Biografia" de João Marques Lopes. Poucas pessoas merecem biografias, hoje jaz uma delas. E apesar de não ter todos os livros deste mestre na minha estante, eu sei que suas obras fizeram a diferença no mundo.

Obras publicadas:

Poesia:
- Os poema possíveis, 1966
- Provavelmente alegria, 1970
- O ano de 1933, 1975
Crônicas:
- Desde mundo e do outro, 1971
- A bagagem do viajante, 1973
- As opiniões que DL teve, 1974
- Os apontamentos, 1976
Teatro:
- A noite, 1979
- O que farei com este livro?, 1980
- A segunda vida de Francisco de Assis, 1987
- In Domine Dei, 1993
- Don Giovani ou o dissoluto absolvido, 2005
Contos:
- Objecto quase, 1978
- Poética do cinco sentidos - O ouvido, 1979
- O conto da Ilha desconhecida, 1997
Romances:
- Terra do pecado, 1947
- Manual de pintura e caligrafia, 1977
- Levantado do chão, 1980
- Memorial do convento, 1982
- O ano da morte de Ricardo Reis, 1984
- A jangada da Pedra, 1986
- História do cerco de Lisboa, 1989
- O Evangelho segundo Jesus Cristo, 1991
- Ensaio sobre a cegueira, 1995
- A bagagem do viajante, 1996
- Cadernos de Lanzarote, 1997
- Todo os nomes, 1997
- A caverna, 2001
- O Homem duplicado, 2002
- Ensaio sobre a lucidez, 2004
- As intermitências da morte, 2005
- As pequenas memórias, 2006
- A viagem do elefante, 2008
- O caderno, 2009
- Caim, 2009

*16 de novembro de 1922
- 18 de junho de 2010

"Valeu a pena? Valeram a pena estes comentários, estas opiniões, estas critícas? Ficou o mundo melhor que antes? E eu, como fiquei?" (leem a cont. no link a baixo)

Balanço, por José Saramago

Um comentário:

Rê Coelho disse...

tanto dó de postar aqui e fazer essa coluna perder o destaque.
;~
as pessoas têm que ir. cumprem seu papel e se vão.
mas as que ficam ainda não sabem aceitar...
difícil pra mim também.