A Copa e o mês junino: anestesia brasileira

Junho, julho e até agosto. O que nos vêm à cabeça?

Bom, eu pensaria "férias", se estivesse na faculdade ou no colégio. (no trabalho, não. haha)

Mas eu penso em: salsichão, milho, maçã do amor, forró, quadrilha.

Ah, eu adoro festa junina/julina/ agostina!

É uma alegria no ar, uma das poucas coisas, hoje em dia, que me fazem lembrar que há algo de bom nesse país cheio de problemas (muitos incuráveis...).

A questão que quero levantar é: esse ano, as festas começaram mais cedo.

Ora, por quê?! Por causa da Copa! Pois é, teve até festa em maio! (como seria o nome? prefiro nem tentar... hahaha)

Aí, acabou que muitos (eu me incluo nessa) perderam as novas datas de algumas das melhores festas do RJ! Ficamos a ver um pouco de navios, sem uma bandeirinha... Ok, vimos algumas, nas que conseguimos descobrir a tempo. Mas as festas até diminuíram em número, porque não conseguiram ser marcadas antes da Copa.

Saem as bandeirinhas e entram as bandeironas. Sai o xadrez nas roupas, entram o verde, o amarelo e o azul.

Mas o engraçado é que, mesmo tão diferentes, a Copa e a festa junina tem um mesmo efeito sobre esse povo: anestesiante.

O Brasil esquece que tem problemas seríssimos, que temos habitantes com falta de vergonha na cara, que mascara verdades, faz crescer alienados. Muitos até esquecem a pouca renda que tem para sobreviver todo mês e até diariamente. Focam na seleção, no gol, na festa. Ganham o orgulho de serem brasileiros.

Ah, então, eles se alienam durante a Copa!

Não, meu caro, eles são felizes durante esses poucos dias. Deixe-os serem felizes, ter alguma coisa a torcer a favor, em que confiar e ter esperança. Já que na vida real é outra história...

E, quem sabe, a festa julina surge depois desse mês futebolístico mundial e prorroga essa felicidade passageira por mais um tempinho...